PERMACULTURA

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SEJA A MUDANÇA NO MUNDO!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

MIGRANTES E ECOLOGIA

Escrito por D. Demétrio Valentini
19-Nov-2007
- extraído do site CORREIO DA CIDADANIA (www.correiocidadania.com.br)

Na semana que passou, a Pastoral dos Migrantes realizou sua assembléia nacional. Integrando o vasto leque das “pastorais sociais” da CNBB, ela atua sobretudo junto ao numeroso contingente de migrantes sazonais, e junto aos núcleos de bolivianos, peruanos e paraguaios, que se concentram especialmente na grande São Paulo, e em regiões próximas às fronteiras.

Pela vastidão do seu território, o Brasil abriga dentro de si próprio o fenômeno migratório, na forma de trabalhadores que buscam emprego no corte da cana em São Paulo, ou na colheita de café no sul de Minas.

Eles procedem dos estados nordestinos, mas também do norte de Minas. Em sua grande maioria são homens, que deixam sua região, e permanecem a maior parte do ano distantes de suas famílias.

Um dos trabalhos que a Pastoral dos Migrantes realiza com eles, além de acompanhá-los nos problemas que enfrentam, é manter o contato com a região de origem, facilitando a comunicação com suas famílias. Isto ajuda a humanizar a situação que vivem, incentivando-os a conservarem as motivações, que os levaram a buscar longe da própria casa a oportunidade para garantirem com seu trabalho o sustento de suas famílias.

No ambiente urbano, com os migrantes latinos, uma das atividades da Pastoral dos Migrantes, além de ajudar na regularização dos documentos, é preservar sua cultura, e propiciar encontros de integração entre os migrantes e a população local. É uma presença muito válida, que não só ameniza os problemas cotidianos, mas ajuda os migrantes a assumirem seus direitos e a se afirmarem como cidadãos integrados no novo contexto humano onde passam a viver.

Mas o fenômeno migratório hoje em dia é muito mais vasto e complexo. Ele assume caráter dramático em diversas partes do mundo, sobretudo nas linhas de fronteira que separam o Norte rico do Sul pobre. Isto já é sobejamente conhecido.

As migrações sempre suscitaram grandes transformações, e os migrantes acabam se tornando protagonistas de mudanças.

Acontece que a situação atual aponta para outra dimensão do fenômeno migratório. Só os migrantes serão capazes de deter a dinâmica suicida do processo econômico em andamento, que está levando à depredação da natureza e comprometendo o equilíbrio ambiental do planeta.

Com sua dramática situação, denunciam a contradição de um processo de desenvolvimento excludente e predatório, que não só é injusto, mas suicida em sua dinâmica, que ele mesmo é incapaz de deter.

Na verdade, o atual modelo de desenvolvimento tem uma dinâmica interna irrefreável. Precisa ser sustado de fora. Deixado a si próprio, se torna irreversível. Basta conferir algumas situações. A China, por exemplo, não vai querer deter o seu crescimento, e acelera sua voracidade de matérias primas. Os bancos não vão querer diminuir seus lucros. A indústria quer se expandir. O Brasil só pensa em crescer, a Índia também. Isto é, todos estão a fim de acelerar o processo, não de detê-lo.

Em meio a isto, os migrantes, com sua presença teimosa, com sua insistência organizada, com sua irrefutável postulação, deixam clara a necessidade de repensar todo o processo, porque ele perdeu racionalidade. Além de perverso, tornou-se destruidor de sua sobrevivência, porque compromete a vida do planeta.

Parece se comprovar o ditado que ironicamente era atribuído ao liberalismo: “Fiat quaestus, et pereat mundus!”, “haja lucro, e pereça o mundo!”. Havia a suposição tranqüila de que o mundo nunca iria perecer, e o lucro poderia aumentar ao infinito. Agora, aumentam os temores de que o mundo pode, de fato, perecer pelo colapso do sistema vital de nosso planeta, provocado pelo desvario do sistema econômico.

Os migrantes podem se tornar os protagonistas da inversão de rumo. Eles podem trazer de volta o respeito à natureza e a convivência sóbria e solidária entre todos. Para que nosso planeta continue casa de vida e habitação digna para todos.


D. Demétrio Valentini é bispo de Jales
Web Site: www.diocesedejales.org.br

domingo, 30 de setembro de 2007

PERIGOS DO USO DO PVC - extraído do site da REDE PERMEAR: www.permear.org.br

Parece um texto longo. Mas é importante que você leia. Comece e te desafio a não ir até o fim!

Muitas vezes vamos a locais que tem uma preocupação com o meio ambiente, e em construir soluções permanentes e nos deparamos com canos de PVC… ainda é pouco difundido pela mídia os riscos e reais perigos do uso deste material.

Assim, este artigo retirado da página http://www.nossofuturoroubado.com.br/pvccontru.htm, vem auxiliar na difusão desta informações importantes na construção de uma vida permanente no planeta.

IMPACTOS AMBIENTAIS DO POLIVINIL CLORETO (PVC OU V)EM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E EM ARQUITETURARELATO SUMÁRIO PARA “HEALTHY BUILDING NETWORK”
Rede da Construção Civil SaudávelJOE THORNTON, Ph.D
Para dispor do trabalho integral de 110 páginas contatar “Healthy Building Network” 2425 18thStreet, NW, Washington DC 2009-2039)

Sobre o autor
Joe Thornton, Ph.D., é pós-doutorado, cientista e pesquisador do Instituto da Terra e do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Columbia/USA. Suas pesquisas estão focadas nas implicações políticas e sobre a saúde, em razão da poluição química global e na evolução molecular do sistema endócrino animal. Colou os graus de Ph.D., M.A. e M.Phil. em ciências biológicas na Universidade de Columbia e o B.A. na Universidade de Yale/USA.
É autor do livro “Pandora’s Poison: chlorine health, and a New Environmental Strategy/O veneno de Pandora: cloro, saúde e uma nova estratégia ambiental” (MIT Press, 2000). Depois de uma ação conjunta com a Universidade de Columbia, em 1995, em co-autoria com a American Public Healthy Association/Associação Americana de Saúde Pública, tem lutado pela eliminação do PVC em equipamentos e utensílios médicos devido seu comprometimento pela formação de dioxinas na incineração de resíduos hospitalares. Seus trabalhos vêm sendo publicados em numerosos periódicos científicos, entre eles: Proceedings of the National Academy of Sciences, Annual Review of Genomics and Human Genetics, Public Healthy Reports, Bioessays, Sistematic Biology e International Journal of Occupational and Environmental Health.

SUMÁRIO DOS OBJETIVOS

Nos últimos quarenta anos, a resina plástica -polivinil cloreto- (PVC) transformou-se no material de construção civil mais empregado. A produção global de PVC, também conhecido nos USA como vinyl, atinge atualmente um total de mais de 30 milhões de toneladas/ano. A maioria desta produção está dirigida diretamente para materiais de construção civil, mobiliário e aparelhos eletrônicos. A fabricação, a utilização e a disposição de PVC apresentam perigos substanciais e únicos tanto à saúde humana como ambiental. Através do mundo governos, empreendimentos e organizações científicas têm reconhecido os riscos trazidos pelo PVC. Em praticamente todas as nações européias, determinados empregos de PVC foram totalmente eliminados por razões ambientais. Já certos países têm programas ambiciosos para reduzir completamente qualquer uso. Um grande número de comunidades tem políticas de rejeição ao PVC e dezenas de organizações ligadas ao “green buildings” (eco-engenharia) estão construindo com mínima ou nula presença de PVC. Firmas industriais e comerciais anunciam medidas para reduzir o consumo de PVC e estão usando ou produzindo materiais alternativos numa ampla variedade de setores produtivos, incluindo materiais de construção.
Este texto discute os perigos do ciclo-de-vida do PVC e que estão estimulando este movimento em larga escala de eliminação de todos os produtos que contenham PVC.

Os maiores riscos do ciclo-de-vida do PVC discutidos neste relato estão resumidos abaixo.

A produção de PVC é o grande consumidor global do gás cloro.
O PVC consome em torno de 40% de toda a produção de cloro, ou aproximadamente 16 milhões de toneladas de cloro/ano em todo o planeta. O PVC representa o maior produtor, em volume, de organoclorados* . Nas duas últimas décadas do século XX foram profundamente estudados, regulamentados e mesmo banidos face sua dispersão global e os riscos severos que apresentam às saúdes publica e ambiental. O PVC é o único material de construção civil que é organoclorado. Materiais alternativos, incluindo outras resinas plásticas, que não contém cloro e não estão apresentando riscos são discutidos neste texto.
* (NT) Esta é uma classe de produtos sintéticos onde estão as dioxinas e seus “primos” furanos, os agrotóxicos DDT e BHC –mais conhecido entre nós como Pó de Gafanhoto – e os retardadores de chamas PCB’s.

Subprodutos perigosos são formados durante o ciclo-de-vida do PVC.

Em numerosos pontos, durante o ciclo-de-vida do PVC (ou vinil), grandes quantidades de subprodutos organoclorados perigosos são formados acidentalmente e liberados no ambiente.

Produção.

A formação de subprodutos organoclorados perigosos começa com a produção do gás cloro. Quantidades extremamente grandes, na ordem de um milhão de toneladas/ano, de resíduos clorados perigosos são gerados na síntese do etileno dicloreto (ethylene dichloride-EDC) e no monovinil cloreto (vinyl chloride monomer-VCM), ambos precursores do PVC.

Combustão.

Ainda mais subprodutos são criados e liberados no ambiente durante a incineração de resíduos perigosos oriundos do EDC e do VCM:
a - na incineração de produtos de PVC (vinil) no fluxo dos lixos;
b - na reciclagem de produtos metálicos que contenham vinil, na combustão; e
c - na queima acidental de PVC em incêndios de prédios residenciais, depósitos e em lixões.

Subprodutos da produção de PVC são altamente persistentes, bioacumulativos e tóxicos.

As misturas químicas produzidas nas sínteses de EDC e VCM incluem certos tipos de poluentes extremamente perigosos e longevos como as dioxinas (policloradas dibenzo-p-dioxinas), os furanos (policlorados dibenzofuranos), os PCB’s (policloretos bifenilos), o hexaclorobenzeno (BHC ou HCB) e o octacloroestireno (OCE ou OCS). E ainda por cima, uma larga porção destas misturas consiste de químicos que ainda não foram identificadas ou testadas. Muitos dos subprodutos do ciclo-de-vida do PVC ou vinil geram enorme preocupação em razão de suas toxicidade persistente e bioacumulativa:

Persistência.

Significa que a substância resiste à degradação natural, imiscui-se por longo tempo no ambiente e pode ser distribuída globalmente pelos fluxos dos ventos e das águas. Muitos dos subprodutos do ciclo-de-vida do PVC são hoje poluentes ubíquos em todo o planeta podendo ser encontrados não só nas regiões industrializadas, mas nos ecossistemas mais remotos da Terra. Não há uma só pessoa que não tenha sido, nos dias de hoje, expostas a estas substâncias.

Bioacumulação.

Significa que a substância é lipossolúvel e conseqüentemente imiscui-se nos tecidos dos seres vivos. Muitas das substâncias bioacumulativas, incluindo muitas formadas durante o ciclo-de-vida do PVC, magnificam-se quando se movem na cadeia alimentar, alcançando concentrações em espécies acima na cadeia alimentar que são milhões de vezes maiores do que o nível nos ambiente circunvizinhos. Estas substâncias também atravessam a barreira placentária facilmente e concentram-se no leite materno tanto humano como de outros mamíferos.

Toxicidade.

Os precursores, aditivos e subprodutos gerados e liberados durante o ciclo-de-vida do PVC mostraram causar uma série de lesões à saúde, em alguns casos em doses extremamente baixas, incluindo:
· Câncer;
· Disfunção do sistema endócrino;
· Lesões no aparelho reprodutivo;
· Lesões no desenvolvimento infantil e defeitos de nascimento;
· Neurotoxicidade (lesões ao cérebro ou em suas funções); e
· Supressão do sistema imunológico.

Dioxinas.

Entre os mais importantes subprodutos presentes no ciclo-de-vida do PVC estão a dioxina (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina) e um extenso grupo de compostos estrutural e toxicologicamente semelhantes, coletivamente chamados de dioxinas ou tipo dioxina. Nunca foram intencionalmente fabricadas, mas são formadas acidentalmente sempre que o gás cloro é utilizado ou químicos orgânicos a base de cloro são queimados ou processados sob condições reativas.
As dioxinas são formadas durante numerosos estágios do ciclo-de-vida do PVC.
A formação de dioxinas é constatada quando da produção de cloro, na síntese dos precursores EDC e VCM, na queima de produtos de vinil em incêndios acidentais e na incineração de produtos de PVC e de lixos perigosos oriundos quando de sua produção.

O vinil é a maior fonte de dioxinas.

O vinil é o doador predominante de cloro e por isto a causa maior e prevalente de formação de dioxina na maioria das fontes prioritárias de dioxinas que já foram identificadas. Quando seu ciclo-de-vida for considerado completamente, o vinil aparece estar associado a maior formação de dioxina do que qualquer outro produto isoladamente.

As dioxinas são um poluente global.

As dioxinas são hoje encontradas nos tecidos de baleias nos oceanos profundos, nos ursos polares no alto Ártico e virtualmente em cada ser humano na terra. Os nenês humanos recebem doses particularmente altas (em ordens de magnitude maiores dos que aquelas da média dos adultos) em razão de a dioxina atravessar a barreira placentária facilmente e se concentrar no leite materno.

Não se conhece dose aceitável de dioxina.

A dioxina causa danos ao desenvolvimento e à reprodução além de lesar os sistemas imunológico e endócrino em doses infinitamente baixas (menos de partes por trilhão). Estudos toxicológicos não foram capazes de fixar uma dose “limite” abaixo da qual a dioxina não causaria impactos biológicos.
A dioxina é um potente carcinogênico.
A dioxina é o carcinogênico sintético mais potente jamais testado em animais de laboratório, sendo conhecido também como um carcinogênico humano.
A dioxina apresenta riscos à saúde do público em geral e que são altíssimos.
O limite orgânico de dioxina da população humana em geral dos USA já está no mesmo nível que gera impacto adverso a animais de laboratório. A exposição do americano médio à dioxina já coloca um risco de câncer calculado, passando de um para mil para um para cem. Ou seja, milhares de vezes maior do que o padrão usual para um “risco aceitável”.

Plastificantes ftalatos.

Em sua forma pura, o PVC é rígido e quebradiço. Para fazer os produtos de vinil flexíveis, como o material de forro, de pisos e de paredes, plastificantes precisam ser adicionados em grandes quantidades ao PVC, acima de 60% em peso do produto final. O grupo dominante de plastificantes utilizados em vinil é uma classe de compostos denominados ftalatos e que colocam consideráveis riscos à saúde e ao ambiente. Vinil é o produto de construção civil onde os ftalatos são agregados extensivamente, e está em 90% de todo o seu consumo. Mais de cinco milhões de toneladas de ftalatos são utilizados em PVC a cada ano.

Os ftalatos tornaram-se poluentes globais.

Os ftalatos são moderadamente bioacumulativos e persistentes sob certas condições. Podem ser encontrados atualmente nas águas profundas dos oceanos, no ar das regiões mais remotas e nos tecidos e fluidos orgânicos da população humana em geral. Nenês e crianças estão sujeitas a exposições muitíssimas vezes maiores do que aquelas do adulto médio.
Quantidades massivas de ftalatos são liberadas para o ambiente a cada ano.
Milhões de toneladas de ftalatos são liberadas anualmente no ambiente durante a formulação e moldagem dos produtos de PVC. Ftalatos também são liberados quando o PVC é jogado nos lixões ou incinerado e mesmo quando acidentalmente os produtos de PVC são queimados. Mais do que 80 milhões de toneladas de ftalatos são estimadas estar “estocadas” nos produtos de PVC em uso, seja na construção civil ou noutras aplicações.

Ftalatos lixiviam de produtos de PVC.

Os ftalatos não fazem parte da estrutura química da resina plástica, são simplesmente aderidos ao polímero durante sua formulação. Por esta razão eles lixiviam da resina a todo tempo para o ar, a água ou para outras substâncias com os quais o PVC entra em contato.

Ftalatos danificam a reprodução e o desenvolvimento.

Os ftalatos foram identificados como causadores de danos ao sistema reprodutivo, geradores de infertilidade, de danificar os testículos, reduzir a contagem de espermatozóides, suprimir a ovulação e gerar anormalidades no desenvolvimento e na função dos testículos além de serem conhecidos como cancerígenos e danificadores do trato reprodutivo em animais de laboratório.
A exposição ao ftalato DEHP já é muito alta.
Um comitê de especialistas do National Toxicology Program/Programa Federal de Toxicologia recentemente revisou os riscos do diethylhexyl phthalate/dietilexil ftalato (DEHP, o plastificante mais comum de PVC). Afirmou sua “inquietação quanto à exposição (de nenês e crianças da população em geral dos USA) que poderá afetar negativamente o desenvolvimento do aparelho reprodutivo masculino” e “preocupação de que a exposição oral por mulheres grávidas ou lactantes por DEHP poderá afetar adversamente o desenvolvimento de suas proles”. A dose do americano médio do plastificante DEHP é agora aproximadamente igual à dose referência da EPA/USA Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental dos USA) – a exposição máxima “aceitável” baseada em estudos do impacto sobre a saúde de animais de laboratório.

O chumbo e outros metais pesados como estabilizantes de PVC.

Em razão de que os catalisadores de PVC têm sua própria decomposição, estabilizantes metálicos são adicionados ao vinil para materiais de construção civil e em outras aplicações de longa vida. Os aditivos comuns do PVC que são particularmente perigosos são o chumbo, o cádmio e o estanho cujo consumo de cada um pelo PVC está estimado em milhares de toneladas por ano.
Os metais não se degradam no ambiente.
Os três maiores estabilizantes do PVC resistem à sua metabolização e transformam-se em poluentes globais.
Os estabilizantes metálicos são extremamente tóxicos.
O chumbo é tóxico ao desenvolvimento extraordinariamente potente, bem como agressor do desenvolvimento cerebral, redutor da habilidade de cognição e do QI de crianças, atuando em doses infinitamente pequenas. O cádmio é um potente neurotóxico e carcinogênico, enquanto o estanho pode causar supressão imunológica e disfunção no sistema endócrino.

Os estabilizantes metálicos são liberados durante todo o ciclo-de-vida dos produtos de PVC.

Os estabilizadores metálicos são liberados dos produtos de vinil quando eles são formulados, utilizados e jogados fora. A liberação de estabilizadores de chumbo do interior dos materiais de construção civil já foi documentada. Os metais não são destruídos pela incineração, mas são inteiramente liberados para o ambiente, via emissões aéreas ou pelas cinzas. Os resíduos dos incineradores são a fonte primordial da poluição de chumbo, cádmio e chumbo, sendo que o PVC contribui com quantidades significativas destes metais. A estimativa, para os incineradores, é de 45 mil toneladas de chumbo por ano.
Incêndios acidentais em prédios e aterros de lixo são também fontes potencialmente importantes de chumbo e cádmio. Nestes sinistros, os metais do PVC serão liberados para o ambiente. Há a espantosa quantidade de 3,2 milhões de toneladas de chumbo presentes em estoque nos produtos de PVC em utilização. O chumbo que poderá ser liberado desta fonte de PVC precisa ser visto como um imenso risco potencial à saúde em geral.

O PVC flexível ameaça a qualidade do ar em ambientes fechados.

Os produtos de vinil flexíveis aparecem como danosos à saúde em ambientes fechados, pobres em ventilação, tanto pela liberação de ftalatos como por oportunizar a proliferação de fungos perniciosos.
Produtos de PVC liberam ftalatos nos espaços internos dos prédios.
Os níveis de ftalatos nos espaços internos das edificações são significativamente muito mais altos dos que os que são verificados na atmosfera das áreas externas. A acumulação de ftalatos nas poeiras em suspensão e nos sedimentos das áreas internas é particularmente alta, em concentrações tão elevadas nas poeiras como mil partes por milhão.

A exposição a ftalatos pode estar conectada à asma.

Em animais de laboratório, metabólitos de ftalatos utilizados em produtos de vinil causam sintomas tipo asma de acordo com mecanismos infamatórios perfeitamente descritos. Três estudos epidemiológicos diferentes demonstraram que a exposição humana ao PVC em interiores de edificações causava elevação significativa dos riscos de asma e outras complicações pulmonares incluindo obstrução bronquial, respiração ofegante, pneumonia, tosse comprida, irritação das vias nasais e dos olhos.
Os produtos de PVC podem liberar metais pesados no ambiente dos prédios.
Estabilizantes metálicos, particularmente chumbo e cádmio podem ser liberados dos produtos de vinil. Quantidades significativas de chumbo foram detectadas na atmosfera por terem sido liberadas das persianas bem como na água que teria circulado por tubulação de PVC. Efeitos toxicológicos destas substâncias incluem danos neurológicos e aos processos reprodutivo e do desenvolvimento.

O vinil em cobertura de paredes encoraja o crescimento de fungos perniciosos.

Em razão da cobertura das paredes com vinil formar uma barreira impermeável à umidade, redunda no encorajamento do desenvolvimento de fungos em suas superfícies abaixo do vinil, particularmente em prédios onde as condições do ar condicionado e dos sistemas de aquecimento produzem diferenciais significativas de temperatura e umidade entre as peças e vãos das paredes. Alguns fungos que crescem abaixo do vinil produzem substâncias tóxicas que são liberadas na atmosfera e são suspeitas de causarem severos problemas de saúde humana. Numerosas situações são ativadas quando há a conexão entre os fungos originários dos produtos de vinil e os sintomas neurológicos e respiratórios entre as pessoas que foram expostas. O vinil tem sido citado entre os materiais de construção civil de interiores que mais facilitaria o crescimento deste tipo de fungos.

Trabalhadores e comunidades que foram expostos a substâncias tóxicas devido à produção de PVC.

Na produção de PVC, muitas toneladas dos precursores EDC (ethylene dichloride/etileno dicloro) e VCM (vinyl chloride monomer/ monômero de vinilcloreto) são, anualmente, liberadas tanto no local de produção e trabalho como nos ambientes do entorno.
Os precursores do PVC causam câncer e outros impactos à saúde.
Ambos, o EDC e o VCM causam cânceres em animais de laboratório. O VCM é classificado como um conhecido cancerígeno humano e o EDC é um provável carcinogênico humano. O incremento dos riscos do câncer de fígado e do cérebro foi documentado entre os trabalhadores expostos ao VCM. São tóxicos ao sistema nervoso e causam uma série de outros impactos sobre a saúde humana. Há uma evidência preliminar de que os trabalhadores envolvidos na produção de produtos de PVC podem apresentar riscos elevados de contraírem câncer testicular.

Não há níveis seguros de exposição ao VCM.

Apesar das exposições nos locais de trabalho como nos espaços de produção de químicos e de plásticos nos USA terem sido significantemente reduzidas dos níveis dos anos sessenta, não há limites abaixo dos quais o VCM não aumente os riscos de cânceres. Assim, a exposição corrente nos USA continua a colocar riscos de câncer entre os trabalhadores. Em face disto, a exposição ocupacional a VCM permanece extremamente alta em alguns espaços de produção no leste europeu e na Ásia.

A produção de derivados de VCM é a maior das poluidoras.

Foram documentadas severas contaminações em comunidades e cursos d’água nas vizinhanças de áreas de produção de derivados de VCM. Na Louisiana/USA, níveis significativamente elevados de dioxinas foram detectados no sangue da população que vive perto de locais de produção de derivados de VCM. Uma série de comunidades foi evacuada devido à contaminação dos lençóis freáticos onde níveis extremamente elevados de subprodutos altamente persistentes e bioacumulativos atribuídos à produção de VCM foram detectados nos mananciais hídricos próximos. Na Europa, a produção de derivados de VCM causou severas contaminações com dioxinas e outros subprodutos.

A produção de produtos clorados consome enormes quantidades de energia.

A produção de clorados é um dos processos industriais do mundo mais intensivo em energia, consumindo em torno de um por cento do consumo de eletricidade total do planeta. A produção de cloro para o emprego em PVC consome estimativamente 47 bilhões de kilowatts/hora por ano. É equivalente à produção total por ano de oito usinas atômicas de tamanho médio.

A produção de clorados provoca poluição com mercúrio.

O processo com base a mercúrio para a produção de clorados abarca mais ou menos um terço da produção total no mundo de clorados. Neste processo, grandes quantidades de mercúrio são liberadas no ambiente. O mercúrio é hoje um dos poluentes que causam severos impactos sobre o desenvolvimento e os sistemas reprodutivo e neurológico em baixas doses. O ciclo-de-vida do vinil está associado com a liberação contínua no ambiente, de muitas toneladas de mercúrio por ano.

O PVC é extremamente difícil de ser reciclado.

Pequena quantidade de PVC é reciclada. E esta situação é muito pouco provável que se altere no futuro próximo. Em razão de que cada produto de PVC conter uma mistura única de aditivos, o pós-consumo de produtos de PVC com estas misturas é extremamente difícil já que não se consegue ter produtos de vinil com a qualidade equivalente aos produtos originais. Mesmo na Europa onde a reciclagem de PVC é mais avançada dos que nos USA, menos do que três por cento do PVC pós-consumido é reciclado, sendo que a maioria dele é meramente um dos componentes de segunda linha agregado a outros produtos. Significa então que não há real redução na produção de PVC “virgem”. Lá pelo ano 2020, somente nove por cento de todo o lixo pós-consumo de PVC espera-se que venha a ser reciclado na Europa, com um máximo potencial de não mais do que 18 por cento.

O PVC é um dos produtos de consumo ambientalmente mais perigoso que jamais foi produzido.

O ciclo-de-vida do PVC apresenta uma oportunidade depois da outra tanto para a formação como para a descarga de organoclorados e outras substâncias perigosas no ambiente. Quando o ciclo-de-vida é considerado por inteiro, torna-se claro de que este plástico aparentemente tão inócuo é um dos produtos de consumo produzido mais perigosos, sob o aspecto ambiental, por gerar enormes quantidades de organoclorados tóxicos e persistentes, liberando-os tanto nos espaços internos como externos onde estiverem presentes. O PVC contribui com uma porção significativa dos níveis mundiais de poluentes orgânicos persistentes e alteradores do sistema endócrino, incluindo dioxinas e ftalatos, que hoje estão presentes universalmente tanto nos ambientes como nos organismos das populações humanas. Fora de quaisquer dúvidas, o PVC é causador de consideráveis doenças ocupacionais e um profundo contaminador dos ambientes locais.

Em suma: os precursores, os aditivos e os subprodutos presentes no ciclo-de-vida do PVC já estão presentes nos ambientes de produção, local e globalmente, em níveis inaceitavelmente altos. Esforços para reduzir a produção e liberação destas substâncias deveriam ser prioridades para as saúdes pública e ambiental.

Este é o tempo de banirmos os materiais de construção civil feitos de PVC.

Os perigos colocados pela dioxina, pelos ftalatos, metais pesados, cloretos vinílicos e etileno dicloreto são intrínsecos ao PVC. Ao mesmo tempo contém cloro e exige plastificantes ou estabilizantes. E é largamente utilizada em materiais de construção civil. Por esta razão, os materiais de construção feitos com PVC representam um significativo e desnecessário risco à saúde ambiental e bani-los em favor de alternativas mais seguras deveria ser uma alta prioridade.
O PVC é a antítese do processo de construção de moradias saudáveis, seguras e acolhedoras. Esforços para uma rápida adoção de substitutos saudáveis e seguros poderiam trazer benéficos significativos e tangíveis para as saúdes humana e do ambiente.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Sobre Renan - por Mino Carta

06/09/2007 18:47
Sim, são iguais
Qual é o país de democracia autêntica e civilização avançada, onde o presidente do Senado, envolvido em falcatruas e mazelas, resiste impassível, agarrado à sua cadeira? Haveria ali outro Renan Calheiros? O nosso Renan é o símbolo vivo de uma terra medieval, o seu comportamento transcende a política, abarca, em todos os aspectos e em todas as direções, um modo de vida mafioso. Leitores de jornais e revistas, em boa parte filiados ao clube do privilégio, desprezam Renan e o apontam à execração geral e irrestrita da nação. Não percebem o quanto ele representativo da classe a que pertencem. Sem meias palavras, Renan é elite. Em condições normais, não hesitaria em participar de um desses eventos organizados por João Dória Jr., o iconoclasta-mor, para a diversão da fina flor do empresariado e até de alguns ministros, com direito a uma conferência de Fernando Henrique Cardoso, o nosso Clinton. Digo mesmo que Renan, enlevado, envergaria o uniforme de Indiana Jones para dançar à beira da piscina em Comandatuba. Vivemos uma quadra de escassa reflexão e baixo quociente de inteligência. A capacidade de raciocínio está em xeque, e neste pântano a questão moral afunda, à tona sobram apenas as bolhas do desastre. Algo é certo, a Máfia é mais competente e menos hipócrita.
enviada por mino
*** extraído do BLOG DO MINO

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

David Holmgren

David Holmgren em entrevista 16/08/2007
A mudança exterior começa internamente
Silvia Pugsley
De passagem pelo Brasil, Holmgren fala sobre sua vida, a evolução de suas idéias, o rumo que a permacultura tomou com o tempo e a situação atual do meio ambiente
Um dos criadores da Permacultura, David Holmgren, esteve no Brasil, onde ministrou curso sobre o tema para permacultores formados. Durante a estadia de uma semana em Florianópolis em maio passado, Holmgren concedeu uma entrevista na casa dos permacultores Jorge Timmermann e Suzana Maringoni. Confira a seguir a entrevista na íntegra:
Silvia - Como é a sua vida na Austrália?
Holmgren - A gente mora numa cidade pequena, com 6 mil pessoas, é como uma vila. Há ainda duas comunidades com as quais estamos envolvidos. A vila que tem poucas pessoas. Algumas são permacultoras e outras não, mas todos temos um jeito similar de viver. Talvez sejamos vistos como mais extremistas e radicais para os australianos que possuem um jeito de viver muito dependente do consumo. Outras pessoas consideram radicais apenas algumas das coisas que fazemos. Eu acredito que a gente balanceia. Meu trabalho é mais ou menos um terço de trabalho com design, ensinar (permacultura) e falar em público, mais um terço de pesquisa e contatos e outro terço trabalhando na terra.
- Para ver na íntegra: http://www.permear.org.br/

PVC - PERIGO!

Perigos do uso do PVC – 31/07/2007
Muitas vezes vamos a locais que tem uma preocupação com o meio ambiente, e em construir soluções permanentes e nos deparamos com canos de PVC… ainda é pouco difundido pela mídia os riscos e reais perigos do uso deste material. Assim, este artigo retirado da página http://www.nossofuturoroubado.com.br/pvccontru.htm, vem auxiliar na difusão desta informações importantes na construção de uma vida permanente no planeta.
IMPACTOS AMBIENTAIS DO POLIVINIL CLORETO (PVC OU V)EM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E EM ARQUITETURARELATO SUMÁRIO PARA “HEALTHY BUILDING NETWORK”
Rede da Construção Civil SaudávelJOE THORNTON, Ph.D
Para dispor do trabalho integral de 110 páginas contatar “Healthy Building Network” 2425 18thStreet, NW, Washington DC 2009-2039)
Sobre o autor
Joe Thornton, Ph.D., é pós-doutorado, cientista e pesquisador do Instituto da Terra e do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Columbia/USA. Suas pesquisas estão focadas nas implicações políticas e sobre a saúde, em razão da poluição química global e na evolução molecular do sistema endócrino animal. Colou os graus de Ph.D., M.A. e M.Phil. em ciências biológicas na Universidade de Columbia e o B.A. na Universidade de Yale/USA.
É autor do livro “Pandora’s Poison: chlorine health, and a New Environmental Strategy/O veneno de Pandora: cloro, saúde e uma nova estratégia ambiental” (MIT Press, 2000). Depois de uma ação conjunta com a Universidade de Columbia, em 1995, em co-autoria com a American Public Healthy Association/Associação Americana de Saúde Pública, tem lutado pela eliminação do PVC em equipamentos e utensílios médicos devido seu comprometimento pela formação de dioxinas na incineração de resíduos hospitalares. Seus trabalhos vêm sendo publicados em numerosos periódicos científicos, entre eles: Proceedings of the National Academy of Sciences, Annual Review of Genomics and Human Genetics, Public Healthy Reports, Bioessays, Sistematic Biology e International Journal of Occupational and Environmental Health.
SUMÁRIO DOS OBJETIVOS
Nos últimos quarenta anos, a resina plástica -polivinil cloreto- (PVC) transformou-se no material de construção civil mais empregado. A produção global de PVC, também conhecido nos USA como vinyl, atinge atualmente um total de mais de 30 milhões de toneladas/ano. A maioria desta produção está dirigida diretamente para materiais de construção civil, mobiliário e aparelhos eletrônicos. A fabricação, a utilização e a disposição de PVC apresentam perigos substanciais e únicos tanto à saúde humana como ambiental. Através do mundo governos, empreendimentos e organizações científicas têm reconhecido os riscos trazidos pelo PVC. Em praticamente todas as nações européias, determinados empregos de PVC foram totalmente eliminados por razões ambientais. Já certos países têm programas ambiciosos para reduzir completamente qualquer uso. Um grande número de comunidades tem políticas de rejeição ao PVC e dezenas de organizações ligadas ao “green buildings” (eco-engenharia) estão construindo com mínima ou nula presença de PVC. Firmas industriais e comerciais anunciam medidas para reduzir o consumo de PVC e estão usando ou produzindo materiais alternativos numa ampla variedade de setores produtivos, incluindo materiais de construção.
Este texto discute os perigos do ciclo-de-vida do PVC e que estão estimulando este movimento em larga escala de eliminação de todos os produtos que contenham PVC.
- extraído do site: www.permear.org.br

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um novo ser

A vida prega várias peças na gente... Um dia estamos bem, outro não. Somos ingratos por tudo de bom que nos acontece, ficamos intimidados pelo atropelo da centralidade do trabalho nas nossas vidas! Não temos tempo (vixi!) de olhar o horizonte, sentir o vento nos acariciar a pele, da nossa face, saber de que lado do céu o sol nasce... Nos afastamos da natureza! Vivemos subjulgando-a. Estamos acima dela. Assim, dessa forma, não fazemos parte dela...
A natureza... que nos traz a vida! Que faz brotar a vida dentro da gente! Estou em busca da natureza, seja ela humana ou holística, seja planeta, universo, seja o humano - eu, minha família, meu próximo... Estou perto, vou conseguir! Quero ver a vida nos olhos de todos. Nos olhos do meu amor... nos da minha filha... até nos meus! Viva a vida! Estou feliz! Uma criança vem no horizonte!

domingo, 2 de setembro de 2007

A Picanha da Classe Médica - do informativo Caros Amigos

A picanha da classe média
por Carlos Azevedo

Recentemente, tenho lido com freqüência manifestações indignadas segundo as quais, enquanto a classe média (elite) dá um duro danado para construir o Brasil, trabalha, paga impostos etc., o povo fica só de “chupim”, vivendo do Bolsa Família. A Veja acaba de publicar uma pesquisa que, de acordo com a interpretação da revista, demonstra ser a elite o que há de melhor no país, e que todo o nosso atraso se deve à ignorância do povo.

Fiquei impactado com essas revelações luminosas, mas não perdi a fome (afinal, ninguém é de ferro, nem a elite e muito menos o povo). Fui a um restaurante e pedi uma picanha. Ela veio no ponto, rosadinha e macia. Agradeci à classe média por essa maravilha. Quantos dias de trabalho deve ter custado a essas senhoras e senhores respeitáveis, cidadãos cumpridores de seus deveres, fazer uma picanha como essa? Tem que cuidar da vaca, do bezerrinho dela, dando ração todo dia, curando suas doenças até virar novilho, tudo isso pisando em bosta de boi, sem esquecer aquele cheiro de curral. Depois, matar o boi etc. etc., até extrair a maravilhosa picanha. Enquanto isso, o povo ó!, só no Bolsa Família.

Aí, peguei meu carro para ir para casa. E agradeci de novo à classe média laboriosa pelo petróleo que ela produz generosamente. (Não, não são os petroleiros, você precisa ler mais a Veja.) E pelo seu ingente trabalho de plantar cana, fazer álcool, para misturar na gasolina. Agradeci pelo carro também, porque quem senão ela faz o carro? E assim fui pensando em tudo de bom que a classe média produz, meus sapatos, as roupas, meu chapéu (eu uso chapéu quando faz frio!); em tudo que ela constrói, os prédios, as ruas, as estradas. E tudo o mais: telefone celular, televisão, computador, Internet... Percebo que Adam Smith, Ricardo e Karl Marx enganaram-se redondamente em dizer que o valor vem do trabalho. Ele vem é da classe média!

E acabei pasmo, pensando em como é difícil para a classe média (elite) ter de carregar nas costas esses milhões de operários, técnicos, cientistas, trabalhadores na agricultura, bóias-frias, camponeses sem terra, índios, esses vagabundos! Ainda bem que ela consegue se distrair nos shopping centers, cinemas, na televisão a cabo, no Orkut (que ela fez), matar a saudade da Disney comendo sanduíche do Mcdonalds (que a classe média americana fez). Oh, meu Deus, que peso! Não é de estranhar que esteja tão cansada! Por que o governo não cria também uma Bolsa Classe Média?

Carlos Azevedo é jornalista

Domingo Pífio - do correio Caros Amigos

Domingo pífio
por João de Barros

Domingo de manhã. Faz frio em São Paulo. Minha mulher, arquiteta, pergunta-me se não quero acompanhá-la a uma obra (uma reforma de um escritório de advogados) que está sob sua responsabilidade, na avenida 23 de Maio, em São Paulo. Vou, pilotando o carro por toda a avenida Brasil até chegar ao parque do Ibirapuera, bem em frente à Assembléia Legislativa. De repente, uma movimentação de pessoas nos chama atenção. A maioria está impecavelmente vestida, de roupas jeans, sobretudos e blusas negras, alguns ostentam relógios e algumas jóias. Contorno, devagar, o movimento do “empurra”. Vejo carros estacionando por todo canto. As pessoas – todas bem arrumadinhas –, fico sabendo, se dirigem a uma passeata. Passeata? Mas só tem grã-fino, (diz até que havia um empresário escoltado por dois seguranças) e muita gente que se comunica a todo instante via celular. Estranho.
Dia seguinte, leio que aquela havia sido a primeira manifestação de “familiares e amigos” das vítimas do vôo da TAM, que se acidentara a semana anterior, matando 199 pessoas. Mais do que isso: fico sabendo que, em nome da memória dos mortos, boa parte da curriola que andou até o prédio que marcou o fim da tragédia estava vinculada a entidades como Endireita Brasil, organização que, segundo o próprio site, traz entre seus ideais e princípios “a primazia das liberdades individuais sobre o interesse coletivo, a livre iniciativa, o livre mercado”, e por aí vai. Até um avião da TAM, que se preparava para pousar em Congonhas, foi saudado com vaias dos manifestantes.
Na semana seguinte, mais surpreso ainda, vi que inúmeros pândegos se aglutinavam num movimento cívico denominado Cansei, que, capitaneado pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, revelava nomes como o de João Dória Júnior – entrevistador da Rede TV! que patrocinou um concurso do cachorro mais bonito de Campos de Jordão e foi um valoroso arrecadador de fundos de Alckmin para a presidência da República –, Alencar Burti, da Associação Comercial (que faz do impostômetro um ícone anti-Lula), do presidente da Philips do Brasil, Paulo Zottollo, e do obscuro Jesus Sangalo, um robusto senhor que traz em seu bojo o título de irmão de Ivete Sangalo. A palavra de ordem do movimento fazia do combate à corrupção a mola mestra de uma campanha que já se assanhava num “Fora Lula”.
Dia 17, o Cansei programou um minuto de silêncio na Catedral da Sé e – segundo o presidente da OAB-SP, Luiz D”Urso – pôr fim à campanha. “Não faremos passeatas nem discursos contra o governo”, diz. Se acabar assim, melhor. Duro mesmo vai ser testemunhar no altar da catedral as figuras carimbadas da elite do “Fora Lula”: Ivete Sangalo, Juca de Oliveira, Leonardo, Hebe Camargo, Ana Maria Braga e a ex-namoradinha do Brasil, Regina Duarte, a mesma que declarou na eleição de 2002 estar “morrendo de medo do governo de Lula”. Lá só faltarão Agnaldo Rayol, Ronnie Von, Moacir Franco e Adriane Galisteu. Aposto um doce como pelo menos um desses estará lá. Ou não me chamo João.

João de Barros é jornalista

As amendoeiras de Drummond

Um dia o Drummond escreveu, numa dos suas crônicas no JB - os mais moços não sabem, mas o JB já foi um jornal respeitado, de circulação nacional, lido, diariamente, por muita gente - que as amendoeiras, por não serem nativas, não lidavam bem com as estações. De alguma forma, a memória atávica da planta havia sido perturbada com a mudança de ambiente e elas simplesmente se comportavam em desalinho com a natureza.
Eu trabalhava, na ocasião, em frente ao Passeio Público, no Rio de Janeiro. Ali havia - não sei se ainda há - muitas amendoeiras. Era fascinante perceber que não existia qualquer compromisso coletivo de parte delas. Umas bem floresciam, outras desfolhavam, umas iam no ápice do verão e outras curtiam o desfolhado do inverno. Na boa, como se fosse assim mesmo, como se não houvesse uma ordem natural.
Nunca deparei melhor explicação que a do poeta. Elas eram, aquelas árvores,
seres de outro lugar, completamente inadaptados à natureza local. Só isso.
Suas almas eram sintonizadas com outras paragens, com outro ciclo, e elas
eram incapazes de perceber o que ia ao redor. Não eram plantas más, rebeldes ou malcriadas. Apenas alienígenas. Fôssemos, então, compreensíveis e tolerantes com o transtorno - se é que o era - que produziam.
Isso tudo resultado de eu me ter posto a pensar sobre porque os Clovis Rossi da vida andam a se comportar da forma que temos assitido. E me parece, refletindo um pouco melhor, que o Clovis Rossi, a Eliane Catanhede, a Míriam Leitão, o Renato Machado, o Jabor, o Augusto Nunes - não, o Augusto Nunes não! -, esses todos, são uma gente cuja alma é alienígena. Cada um deles, como as amendoeiras, tem registros atávicos que os torna incompatíveis com a natureza local. Como as amendoeiras, eles não entendem o que se passa no seu entorno. E como as amendoeiras, não são bons ou ruins, apenas são alienígenas. São, todos, aparentados - talvez por isso tenham, invariavelmente, profissões correlatas - entre si, descendem de uma grande família de gente que aportou por cá sem querer. Tudo bem branquinho. Tudo europeu, americano-do-norte, marciano, sei lá eu de onde, mas de bem longe. De outro hemisfério. De um lugar cuja natureza não se afina com a daqui. Aí, dá esse furdunço mental nos pobres. É só isso. É o povo amendoeira. Incapaz de perceber o que está acontecendo.
É curioso reparar que alguns nem parecem tão alienígenas, assim. A Miríam Leitão, por exemplo, até se percebe meio miscigenada. Como diria O Príncipe, com um pé na cozinha. Mas a alma é tão branquinha! É vê-la falar e somem as dúvidas: ali está uma legítima, perfeita, completa amendoeira.
O Drummond clamava por tolerância com a incapacidade das amendoeiras. Talvez fizesse o mesmo em relação ao povo amendoeira. Sei não. Ainda que eu seja uma criatura doce e meiga, que eu considere muito a opinião do Drummond, que
eu seja capaz de entender que os amendoeira não são do mal - não, ao menos,
em essência -, sei não. Acho que não vai dar pé. É que o preço pode ser
muito alto. Vai que desanda o projeto dos muitos e que os poucos - e insuportáveis - voltem ao controle geral. Vai que dá tudo pra trás. Sei que eles não fazem por mal, que não tem intenção de sacanear, mas não dá. É muito risco. Aí: não vai dar pé, não! Então, é isso: pau nos amendoeira!Recusei, aí acima, o Augusto Nunes nos amendoeira. É que esse não é alienígena, não. É, apenas, idiota, Tem a alma degradada pela idiotia e pela subserviência.
Um abraço, Lima.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ética: CUIDADO COM A TERRA

O cuidado com a Terra envolve em respeitarmos e cuidarmos do nosso planeta. Diz respeito a cultivarmos nossa morada. Sem nosso solo não teremos comida, sem a água não teremos vida, sem nossas florestas não teremos modelo de civilização que se sustente. A máxima CUIDANDO DA TERRA é algo que se não o fizermos estaremos nos condenando. Gosto de dizer aqui que existem (como eu já ouvi e achei o máximo) os ECO-ATIVOS e os ECO-CHATOS. Os eco-chatos somente dizem não pode! Os eco-ativos mostram e fazem o que pode. A permacultura busca aplicar princípios e tecnologias boas e úteis para nossas vidas, em sintonia e harmonia com a Terra, e não simplesmente voltar à época das cavernas... Vamos racionalizar o conhecimento e preservar esse bem inestimável que é nosso planeta, contendo toda a vida que habita nele e sobre ele!

terça-feira, 22 de maio de 2007

PRINCÍPIOS ÉTICOS NA PERMACULTURA

Algo que devemos ter em mente é que necessitamos resgatar os valores das coisas. No nosso mundo o que vale é em real, dolar, euro ? Não costumamos mais valorizar nossa água, nossos alimentos, nossos semelhantes. Vivemos uma cultura individualista extrema, predatória e auto-destrutiva. Precisamos resgatar os valores e também os princípios. Para orientação. Não dogma, mas caminho. Caminho que construiremos ao percorrê-lo. Os princípios da permacultura podem ser resumidos em três, e servem de base para os princípios de design em permacultura: são eles o CUIDADO COM A TERRA, o CUIDADO COM AS PESSOAS e a PARTILHA JUSTA.
Amanhã eu falo do primeiro. Abraços. Palpitem! Manifestem!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

VOLTEI!

APÓS quase 1 mês de ostracismo, rs. Estou de volta, pra ficar!
Muita água rolou por baixo da ponte, mas o que importa é que as baterias estão recarregadas para tentar auxiliar na construção de um mundo melhor, redesenhando-o...
Acabo de chegar de um Curso de princípios avançados em Permacultura, com o próprio David Holmgren! Compartilharei contigo

Saudações!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

POLÍTICA

Muito se fala sobre política. Muito se fala, é bem verdade, superficialmente. Às vezes de politicagem... do que a grande mídia (golpista) quer que se fale... Mas o que é ser politizado? Na Caros Amigos (Ano XI n.121 de Abril de 2007) Emir Sader refletiu sobre. Vale a pena entender essa linha de pensamento!
O QUE É SER POLITIZADO
Ser politizado é entender como funcionam as relações de poder em cada sociedade e no mundo em geral. É compreender que, por trás das relações de troca no mercado existem relações de exploração. Que, por trás das relações de voto, existem relações de dominação. Que, por trás das relações de informação, há um processo de alienação.
Ser politizado, no mundo de hoje, significa compreendê-lo no marco das relações capitalistas de acumulação e de exploração. Representa entender o mundo no marco da hegemonia imperial estadunidense, baseada na força militar e na propaganda do modo de vida estadunidense.
Ser politizado é compreender que tudo o que existe foi produzido historicamente, pelas relações entre os homens e o meio em que vivem. Ou melhor, entre os homens, intermediados pelo meio em que vivem. E que, portanto, tudo o que foi construído pelos homens pode ser desconstruído e reconstruído. Que tudo é histórico. Que a própria separação entre sujeito e objeto - que nos aparece como "dada" - é produzida e reproduzida cotidianamente mediante relações econômico-sociais alienadas.
Ser politizado é saber subordinar as contradições menores às estratégias, saber que as contradições com o capitalismo são sempre também contra o imperialismo, pela fase histórica atual do capitalismo.
E o que é ser despolitizado
Já ser despolitizado é achar que as coisas são como são porque são como são, sempre foram assim e sempre serão. É considerar que as pessoas sempre buscam tirar vantagens que não têm grandeza para lutar desinteressadamente por um mundo melhor. Que o que diferencia as pessoas é a ambição de melhorar na vida, que a grande maioria não tem jeito mesmo.
Entre o ser politizado e o despolitizado está a alienação, a falta de consciência da relação entre nós e o mundo. Alienar é entregar o que é nosso para outro - como diz a definição jurídica em relação a bens. Ser alienado é não perceber a presença do sujeito no objeto e vice-versa, sua vinculação indissolúvel.
A luta pela emancipação humana é uma luta contra toda forma de exploração, de dominação, de discriminação, mas, antes de tudo e sobretudo, uma luta contra a alienação - condição de todas as outras lutas.

terça-feira, 24 de abril de 2007

As coisas são relativas...

Estou sentindo que o tempo vai mudar... É algo que sinto aqui no lugar do osso que fraturei no passado... Uma grande mudança no tempo... Que tempo? ah... isso somente ele dirá... Enquanto isso, pra pensar, reproduzo aqui uma das crônicas, escritas pelo grande Georges Bourdoukan, no seu excelente Vozes do Deserto:
TUDO É RELATIVO
Descansava ao lado de uma fonte quando dois viajantes se aproximaram, discutindo. Um dizia que ele é que praticara o bem. O outro retrucava dizendo que a boa ação fora dele.
- Mestre - disse o primeiro-, há poucos instantes eu tentei abater um animal que poderia nos alimentar, mas o meu companheiro espantou-o. O senhor não ahca que ele praticou uma ação maldosa ao nos deixar sem alimento?
- Sim - respondeu -, ele praticou uma ação maldosa.
Espantado, o segundo retrucou:
- Mestre, ao salvar a vida do animal, eu não pratiquei uma ação bondosa?
- Sim, você praticou uma ação bondosa ao salvar a vida do animal.
Intrigados, os dois queriam saber como era possível terem praticado ao mesmo tempo o bem e o mal.
Percebendo a dúvida de ambos, retirou da mochila uma garrafa cheia de líquido. Perguntou ao primeiro:
- Consegue reconhecer a cor do líquido?
- É azul! - respondeu, convicto.
Guardou a garrafa na mochila e retirou outra.
- E você - perguntou ao outro -, reconhece a cor deste líquido?
- Claro! - foi mais enfático. - É verde!
- Vejam - disse, despejando o conteúdo das garrafas.
Surpresos, viram que a água era a mesma da fonte, branca e cristalina. As garrafas é que eram coloridas.
- O bem e o mal - concluiu - dependem do ponto de vista de cada um. É como a cor da água. Ela é a cor do recipiente...
Um coelho parou ao lado, interrompendo a explicação. Imediatamente foi abatido pelo mestre.
- Mestre - falaram ao mesmo tempo -, por que matou o coelho, causa de nossa discussão?
- Vocês chamam isso de coelho?
Intrigados e esperando outra explicação filosófica, perguntaram:
- Que nome o senhor dá a ele?
- Refeição!

segunda-feira, 23 de abril de 2007

tá chegando o 28 de abril...

Nesse 28 de Abril, dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente do Trabalho, lembremos algo que pode se tornar mais comum, dia após dia, entre nós, nestes tempos de combustíveis gerados com matriz na fotossíntese. Lembremos da cena a seguir, vida real. Trata-se de um relato, uma carta:

“Deus lhes pague”

Fiquei me perguntando nestes dias se o Sr. José Pereira Martins, com 51 anos, residente em Guariba amou na quara-feira (28/03) como se fosse a última, se beijou sua mulher como se fosse a última e se tendo filhos, os beijou como se fossem únicos. E se atravessou, com passo tímido, a madrugada atrás da sua condução, se cortou a cana como se fosse máquina e se carreou a cana num desenho mágico. Com toda a licença de Chico, a interpretação da música construção hoje acaba denunciando, retratando o que acontece com os trabalhadores nos canaviais brasileiros.
O Sr. José Pereira foi a 18º trabalhador rural morto cortando cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto desde 2004, segundo a Pastoral do Migrante de Guariba. Segundo a Delegacia Regional do Trabalho, só em 2005, no Estado de São Paulo foram alarmantes 416 mortes de trabalhadores, relacionada com o corte da cana-de-açúcar. Mesmo assim, parece que vivemos uma fantasia, numa bolha, pois, os usineiros e o Governo enxergam inúmeros benefícios para o povo e os anunciam aos quatro cantos, tentando convencer a população de que serão inúmeros os benefícios (mas na realidade para quem serão?) do plantio da cana e do aumento na exportação do álcool, - que branco aos olhos leva incutido o vermelho, o sangue e a vida destes trabalhadores brasileiros.
Ninguém está se preocupando com a degradação do solo, do meio ambiente e nem com as condições do trabalho e nem com a saúde dos trabalhadores. Estamos substituindo as culturas para alimentar a população para plantar cana. No entanto, toda esta situação é secundária, é superfula, não pesa na balança comercial, não influi no superávit primário, estas mortes apenas viram estatísticas distanciadas do valor do álcool e de seus beneficiários, invertendo o valor evidente da vida humana, acontecimento típico do capitalismo atual. O valor do álcool vale mais que a vida do ser humano. Está evidente a coisificação humana.
Os trabalhadores poderiam se conformar com a construção histórica deste destino deixando suas vidas se esvaírem com o bagaço da cana. Mas não, demonstram diuturnamente suas indignações, suas lutas e seus otimismos em suas ações, marchando, plantando a esperança, resistindo com paixão, humanizando nossa terra.
Por tudo isso, do jeito que a situação está sendo discutida e encaminhada pelo governo, da forma épica com que os “Heróis Brasileiros” estão sendo tratados, enquanto se organizam para lutar contra esta situação os trabalhadores cantarão agradecendo ironicamente: deus lhes pague pela certidão para nascer, deus lhes pague pela concessão para sorrir, deus lhes pague por nos deixar respirar e nos deixar existir e deus lhes pague pelo trabalho degradante e pela morte e desgraça nos canaviais. Enquanto alguns dormem o povo se agita.

Roberto Galvão Faleiros Júnior, advoga em Ribeirão Preto, é integrante do Seminário Gramsci, da União Geral das Forças Democráticas e da Associação Brasileira de Reforma Agrária.

NO DIA 28 DE MARÇO DE 2007 FALECEU O SR. JOSÉ PEREIRA MARTINS, 51 ANOS, NATURAL DE ARAÇUAÍ - MG, RESIDENTE EM GUARIBA. ESTAVA TRABALHANDO NO PLANTIO DA CANA, USINA BONFIM - GRUPO COSAN. APÓS O ALMOÇO SENTIU-SE MAL E VEIO A FALECER. CAUSA DA MORTE INFARTO.

Pastoral do Migrante
29/03/2007

domingo, 22 de abril de 2007

o que é ser de esquerda ?

Ser de esquerda deveria ser optar pelos pobres, optar pela justiça, condenar o capitalismo e o liberalismo, possibilitar participação real do povo. Sempre tem tido gente mais radical ou menos, mas hoje se está querendo justificar umas certas esquerdas que acabam sendo, quando muito, o centro. E eu digo que o centro não existe, ou é direita ou é esquerda. Hoje, a atuação da esquerda é muito dispersa no Brasil. Partidos e sindicatos já não são hegemônicos como foram ou poderiam ser. A movimentação popular, como, por exemplo, os sem-terra, sem-teto, as próprias Comunidades Eclesiais de Base, a contestação livre, espontânea contra decisões do governo, contra esse mundo de aliança de todos os gêneros, representa uma sensibilidade nova, mais ou menos difusa, que permite que digamos hoje, no Brasil e na América Latina, há uma virada para a esquerda, meio indefinida, mas perceptiva. Portanto, o tema da nossa Agenda Latino-Americana Mundial, que preparamos a cada ano, para o ano que vem, 2008, tem como tema "A política morreu, viva a política!" Se espera uma nova política. DOM PEDRO CASALDÁLIGA (BISPO CATÓLICO) in Caros Amigos - Ano XI número 121, Abril 2007

PERMACULTURA

Retiro do site da rede PERMEAR de permacultores (http://www.permear.org.br/permacultura/) o introdutório sobre o termo e o tema: PERMACULTURA, vale a pena 'linkar" e navegar em algo que não afunda...

O que é Permacultura?

Em poucas palavras, dizemos que Permacultura é: um sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis. Seus princípios teóricos e práticos são uma síntese das práticas agrícolas e conhecimentos tradicionais e das descobertas da ciência moderna visando o desenvolvimento integrado da propriedade.
A Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.

Por que Permacultura?

Porque tendo como base o planejamento consciente, a Permacultura torna possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia. Quando a ação do permacultor se volta para áreas agrícolas, o resultado é a reversão de situações dramáticas de degradação sócio-ambiental.
Todo sistema permacultural deve evoluir, com designs arrojados, para a construção de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais.
A Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de ações comuns para o bem do sistema Terra.
Os australianos Bill Mollison e David Holmgren, fundadores da Permacultura nos anos 70, buscaram princípios éticos universais surgidos no seio de sociedades indígenas e de tradições espirituais, que estão orientados na lógica básica do universo de cooperação e solidariedade.

L´INIZIO DEL BLOG - MONDO LOCALE - BOTUCATU

Salve, salve!
Até que demorou mas me arrisco a começar um blog.
Espero contribuir aqui com fatos, idéias e articulação para um mundo melhor. Um mundo melhor que é possível!
Sabemos que a mídia e o sistema capitalista nos fazem moídos, individualizados, nos fazem gado humano. Acho que espaços como esse podem ser fissuras desse sistema hegemônico e podre de poder.
Acho.
Vamos nos conversar.
Os ideários são vivos. Só estão escondidos... vamos tirar as vendas...